quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O movimento R.U.I.S.


Proposta de intenções
Considerando a modernidade como o processo emancipador da sociedade, o Romantismo surge como o primeiro movimento da era moderna, a mesma que permite ao cidadão a sua expressão individual e o direito à igualdade ante a lei. Foi uma reacção estética a convulsões sociais profundas que, iniciadas com a Revolução Francesa, abalaram a Europa e o mundo.
A arte desempenharia um papel fundamental na construção da utopia romântica de um futuro política e intelectualmente iluminado, pois só através dela seria possível ao homem atingir um estado superior de desenvolvimento.
Existe portanto uma ligação intelectual e emocional que nos leva, como artistas, a celebrar o Romantismo como o início de um processo em aberto, que deu origem ao que somos hoje, mas também ao que seremos no futuro. É neste contexto que a arte surge como agente desse processo de transformação do indivíduo e da sociedade. Para muitos, é também uma experiência religiosa, a única possível.
É a partir da sua identificação com estas ideias que o movimento R.U.I.S. se reúne, propondo-se o cruzamento das propostas conceptuais românticas com as suas concepções pessoais sobre a criação artística, e com o seu trabalho individual. O resultado pretende ser uma abordagem transversal e multidisciplinar capaz de estabelecer ligações imprevistas, mapas de viagens no tempo e no espaço, criar e recriar passados, presentes e futuros.
O jogo da ficção, que surge desde o início no acto de o grupo se constituir como movimento, resulta de uma atitude performativa que é essencial para a nossa identificação como colectivo criativo. Esta atitude reflecte a nossa visão multidisciplinar da prática artística, funcionando como processo de criação colectivo e individual. A forma como são vividas as personagens criadas pelos membros do grupo cria ficções, que surgem espontaneamente durante as reuniões do movimento. Destas ficções ficarão registos, de imagens, de sons, de ideias. E dessas ficções surgirão novas ideias, e novas ficções.
É uma prática criativa em movimento, em processo de construção.